quinta-feira, 14 de outubro de 2021

O Bar Macabro



Queria que alguém me ajudasse a explicar isso que aconteceu comigo, não sei como responder a pergunta da minha esposa, mesmo contando a verdade ela jamais acreditaria em mim, vou lhes contar o que aconteceu.

Meu amigo Felipe e eu, estávamos passando pelo Centro da cidade após sair do trabalho, avistamos um bar, resolvemos parar para beber algo, pois o dia avia sido cansativo e amanhã seria o sábado de descanso.  A noite já nos cobria com sua escuridão, a entrada do bar era pouco iluminada com adornos  que pareciam velas, após passar pelo corredor, chegamos a um salão amplo, iluminação a meia luz, mesas redondas, e uma decoração mórbida, logo olhamos um para o outro e Felipe disse, amanhã é Halloween, então entendemos que a de oração era pela data que se aproximava, uma garçonete, com a pele muito branca, cabelos e olhos negros e de Baton preto se aproximou, nos conduziu a uma mesa e perguntou se queríamos algo, pedimos cerveja, logo ela apareceu com duas taças enormes, mas em formato de crânio, demos risadas, mas a cerveja estava gelada, uma delícia, chamamos a garçonete e pedimos uma porção de calabresa, ela disse que não tinham, mas traria a especialidade da casa. Pedimos mais cerveja, em pouco tempo chegou a cerveja é uma porção de carne acebolada, deliciosa, mas segundo a fantasia da data, foi servida em uma tigela parecendo os ossos de um tórax humano, em meio a nossa conversa, comentamos o quão bom era este lugar, apesar de termos gostos diferentes, ambos achamos a comida deliciosa, ambos achamos a garçonete linda e ambos concordamos que era muito realista a decoração do lugar. A única coisa que nos incomodava, era que todos no bar volta e meia nos olhavam, logicamente, deduzimos,  por sermos os únicos ali, que não estávamos fantasiados para o Halloween, mas o lugar era tão incrível, que nem nos incomodávamos, era legal ver mulheres vestidas de zumbi, com roupas rasgadas, maquiagem de corpos, cortados e sangrando, umas eram tão boas que a maquiagem parecia mostrar os ossos de verdade. A garçonete nos trouxe uma bebida vermelha, fumegante, perguntei o nome daquilo, ela disse que era sangue flamejante e que era cortesia da casa, realístico e delicioso, parecia mesmo sangue, tinha um sabor incrível, pessoas fantasiadas entravam e saiam o tempo todo, umas até passavam segurando imitações de cabeças ainda sangrando, tudo era tão realista que notamos que já estávamos bebendo além da conta, mas o lugar era agradável demais, pensava em ir embora, mas não queria ir, todos eram tão atenciosos conosco, a garçonete sabia exatamente o que queríamos,  minha caneca esvaziada e antes de pedir ela já vinha com outra, ela nos trouxe uma cerveja preta deliciosa, curioso Felipe perguntou qual era essa cerveja ela ainda em clima de Halloween disse em um tom macabro que era chorume de corpos em decomposição, olhamos um para o outro e caímos na gargalhada, eles deviam produzir a cerveja artesanal para estas datas, no meio do salão apareceu uma mulher loira, linda, com u. Vestido preto e rasgado, parecia ter acabado de sair de uma sessão de espancamento, olhos roxos e inchados, lábios cortados e sangrando, um corte profundo na lateral do corpo que deixavam suas tripas para fora, era incrível está maquiagem, ao entrar alguns a aplaudiram, ela prendeu nossa atenção, quando abriu a boca para cantar era lindo, que voz, que música, era triste, ela parecia sofrer, parecia realmente estarem agonia profunda, mas era lindo demais, a garçonete nos trouxe outra daquela bebida que parecia sangue, degustei sem tirar os olhos da cantora, estava alucinado por este lugar, nunca fui chegado a violência, nem a monstros ou coisa do tipo, mas quando um cara gigante saiu de traz do balcão, e agarrou ela pelos cabelos, arrastou para o fundo dizendo “ chega de cantoria" todos aplaudiram, eu tive que aplaudir, era muito real, que atores incríveis, que lugar fantástico, se aproximou de nós novamente a garçonete com mais cerveja, olhei para Felipe e  ele estava bebendo aquele licor delicioso que deram o nome de chorume, nossa nunca me senti tão bem na vida. 

Mas, algo mudou de repente, olhando para a porta por onde entramos, vi um jovem casal, um rapaz de uns 20 anos com uma menina de uns 18 que parecia minha filha, nossa minha filha, que saudades, não entendi porque senti tanta saudades se tinha deixado ela na faculdade aquela mesma manhã, mas o que me intrigou, foi que olhando para aquele jovem casal eu desejava a morte deles, eles não estavam fantasiados, eles não fazia parte daquele show incrível, mas eu queria vê-los sangrar, a garçonete me trouxe outro daqueles licores de sangue, e eu imaginava o sangue daquela garota descendo pela minha garganta enquanto eu bebia meu licor, que loucura é essa, acho que é hora de ir embora disse para Felipe, ele sorria e dizia que não queria ir, que queria ficar naquele incrível lugar, estranhamente, eu bebi tanto que não conseguia ver para que lado a porta ficava, disse para Felipe que eu iria embora, que se quisesse ficar, ficaria sozinho, rodei pelo salão macabro do bar, mas não achei a sai da, quando perguntei para a garçonete sobre a sai da, ela apenas sorriu e me deu mais uma caneca de crânio com cerveja, voltei até Felipe, disse que estávamos presos ali, ele sorriu, parecia em um transe, chacoalhei ele é nada, ele apenas deu um gole em seu licor de chorume, vi aquele homem gigante do bar me olhando, não era mais um olhar amistoso, olhei para a garçonete e ela me encarou, seus olhos escorriam sangue, sua pele parecia pobre, aquele lugar tão gostoso e agradável começou a cheirar podridão de morte, fiquei desesperado, meu coração acelerado, o homem do bar vindo em minha direção, eu me afastando o máximo que  conseguia, olhei para Felipe seus olhos começaram a escorrer sangue, agora a garçonete vinha em minha direção, sentia o desespero tomando conta do todo meu corpo, quando olhe o para o lado um corredor se abriu na parede, duas mulheres entraram sorrindo e eu nem pensei, corri em direção a elas, eu gritava voltem, voltem, voltem, mas elas não me deram atenção, sentia a garçonete o e cara do bar no meu encalço, e passando pelas mulheres sai na rua.

 Meu coração batia acelerado, a noite ainda gélida me mostrava que apesar de parecer que passei a noite toda no bar, fiquei apenas poucas horas, aquele lugar maluco, aquelas pessoas malucas, eu precisava buscar ajuda para Felipe, mas ao correr derramou aquela bebida sangrenta em minha roupa, era muito realista e eu não poderia procurar a polícia sujo de sangue, não saberia como explicar que era só uma bebida, decidi ir em casa e trocar de roupa, foi quando percebi que realmente estava louco, minha casa estava pintada de uma  cor diferente, um carro estranho na garagem, mas eu tinha pressa para ajudar meu amigo, peguei minhas chaves e tentei abrir a porta, não consegui, alguém  havia trocado a fechadura, apertei a companhia desesperadamente, uma moça de uns 30 anos apareceu, não sei quem é ela, mas era muito parecida com minha filha, ela abriu a porta, e disse em um tom espantado:- Pai?

Minha mulher apareceu ao lado dela, com uma aparência espantada e parecendo mais velha disse: - Você some por 5 anos e aparece aqui assim sujo de sangue?


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